A comunicação não acontece por acaso ela é intencional – preciso provocar situações e preparar o ambiente para que haja boa comunicação. Famílias fortes fazem isso acontecer. Precisamos trabalhar a nossa comunicação com decisão, disciplina, dedicação e detalhes.
Veja estas seis atitudes:
Primeira atitude: invista tempo.
A comunicação na família acontece enquanto ‘fazemos as coisas’. Normalmente ela é espontânea e isso é muito bom. Conversamos enquanto lavamos a louça ou enquanto fazemos a limpeza da casa. Mas, precisamos separar tempo, como citei o exemplo de separar uma refeição na semana para conversar.
Segunda atitude: seja um bom ouvinte.
Toda comunicação tem estes dois lados: ouvir e falar. Famílias fortes aumentam a sua compreensão mútua sendo bons ouvintes. Um bom ouvinte ‘ouve’ a linguagem corporal, o tom de voz e o conteúdo das palavras. Um bom ouvinte sabe olhar nos olhos e demonstrar atenção.
Lembro aqui das palavras de Tiago, o apóstolo, descreve esta atitude da seguinte forma: “Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” Assim como muitas vezes dizemos: temos dois ouvidos e uma boca. Isto demonstra que devemos ser duas vezes mais atentos no ouvir.
Terceira atitude: confirme o que está ouvindo.
Perguntas de compreensão sempre vão lhe ajudar a ouvir melhor. Perguntas simples como: ‘Você quis dizer isso…?’; ‘Como você chegou a esta conclusão?’. Não confie em sua ‘leitura de mente’ e nem na comunicação indireta. Faça perguntas para compreender melhor o que o seu familiar está dizendo.
Quarta atitude: entre na vida da outra pessoa.
Você já ouviu a expressão: ‘precisa entrar no sapato do outro’? Os psicólogos chamam isso de empatia. Procurar sentir o que a pessoa está sentindo. Identificar-se com a situação da vida dela. Isso nos torna mais humanos e compreensivos uns com os outros.
Um colega falou-me a seguinte frase quando conversávamos sobre a educação de filhos: “Veja a vida do ponto de vista do seu filho para ajudá-lo a ver a vida do ponto de vista de Deus”.
Antes de repreender nossos filhos, precisamos nos lembrar como foi o nosso tempo de escola, precisamos considerar o meio ambiente dele e os seus sentimentos, para que possamos lhe ajudar e orientar!
Quinta atitude: nunca ataque a identidade de seu familiar!
Muitas vezes ao estarmos alterados emocionalmente falamos coisas que nos arrependemos depois. Por isso, precisamos tomar alguns cuidados e nos preparar para estas situações.
As pessoas quando estão nervosas normalmente atacam a identidade do seu próximo – usamos o termo ‘seu…’ (‘seu idiota’, ‘você não presta’, ‘você nunca vai alcançar algo na vida’).
Quando desrespeitamos a identidade de um familiar o nosso relacionamento se deteriora. Não há mais respeito e consideração mútua. Somente o perdão sincero pode restaurar esta situação. Por isso, cuide para não atacar a identidade de seu familiar.
Sexta atitude: seja sempre sincero.
As características de comunicação em famílias fortes são de honestidade e abertura. A honestidade é mais do que não mentir; tem a ver com a ausência de manipulação. A verdade precisa ser compartilhada com amor e respeito.
Exemplo: Posso dizer: você ficou ridícula neste vestido. Ou posso dizer: este vestido não ficou bem em você.
Evite usar a linguagem ‘você’ e use a linguagem ‘eu’. Uma coisa é dizer: você me machucou. Outra é dizer: puxa, isso me machucou. Quando você usa a linguagem ‘você’, normalmente estamos atacando a pessoa e entramos em discussão. Quando falamos sobre como nos sentimos e como vemos a situação abrimos oportunidade para o diálogo.